quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Jack Vasconcelos – Rei da nova geração de carnavalescos


     Dono de enredos marcantes e de trabalhos inesquecíveis, o artigo de hoje será sobre Jack Vasconcelos. Ele representa muito bem, por sinal, a nova geração de carnavalescos e com competência e determinação, escreve sua história assinando carnavais criativos desde 2004.
     Jack, ingressou na Universidade Federal do Rio de Janeiro para cursar Belas Artes, inspirado em grandes carnavalescos, como: Rosa Magalhães, Fernando Pamplona e Maria Augusta. Em seu primeiro ano de graduação (1998) estagiou nos barracões do Salgueiro e Porto da Pedra como aderecista. Em 1999, começou a desenhar profissionalmente em um ateliê no Santo Cristo.    
      Neste mesmo ano já pesquisava e desenvolvia enredos para escolas de samba de outros estados.  Permaneceu desenvolvendo essas atividades, além de desenhar fantasias para destaques, até 2002 quando foi convidado pelo carnavalesco Cahê Rodrigues na Inocentes de Belford Roxo (na época Inocentes da Baixada) que pertencia ao grupo de acesso A  para desenhar fantasias e carros alegóricos, tornando-se seu assistente. Paralelamente, confeccionou os protótipos para a Mocidade Independente de Padre Miguel com Chico Spinosa.  Em 2003 integrou-se a Comissão de Carnaval da Santa Cruz, que fez um homenagem ao teatro.  Em 2004 começou sua carreira solo e assinou seu primeiro carnaval na Império da Tijuca no Grupo de acesso B,com o enredo o “Império é doce, mas não é mole não. A agremiação ficou em 3º lugar, com 178.9, atrás apenas da Renascer e da campeã Vizinha Faladeira. Jack também permaneceu com o carnavalesco Cahê Rodrigues, então na Caprichosos de Pilares, desenhando os carros e participando do processo de pesquisa de enredo em homenagem a rainha dos baixinhos. 
    Em 2005, retornou para a Santa Cruz para integrar-se à comissão de carnaval, com o enredo “Conquistas e glórias de uma cidade de história” ". Em 2006, foi selecionado, através de uma concorrência, para ser o carnavalesco da União da Ilha e principalmente por indicação do seu amigo Paulo Menezes.  Com uma belíssima homenagem a São João Del Rey, “Das minas Del Rei São João”. Em 2007, assinou o carnaval do Império Serrano. Sendo rebaixado com as diferenças na avenida, “Ser diferente é normal”, e ao mesmo tempo auxiliando na Ilha, com o carnaval “Ripa na Tulipa”.  Em 2008 retornou à União da Ilha, onde desenvolveu de forma inigualável o belíssimo É hoje" que rendeu muitos um 5º lugar e em 2009 uma grande homenagem aos mestres das viagens Julio Verne e Santos Dumont, “Viajar é Preciso – Viagens Extraordinárias Através de Mundos Conhecidos e Desconhecidos”, lhe rendeu o ápice dos ápices. Foi campeão,desbancando potências como Renascer e Rocinha. 2010, nosso menino de ouro retornou a Império da Tijuca sendo agraciado com um belo desfile sobre a “Suprema Jinga – Senhora do Trono Brazngola”. e atualmente está na Viradouro, onde tenta levantar a moral da comunidade e da escola.
      Hoje Jack é conhecido por seus desenhos claros e seus enredos marcantes mostrando a cada um de nós que ainda existem carnavalescos que fazem obras como chamamos de redonda. Parabéns Jack.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A era fabio de Mello






















Reinventar o quesito. Foi essa missão recebida por este ser humano quando fez sua primeira comissão de frente. Quesito dominado pelas tradicionais velha-guarda, é necessário se reinventar e a Mocidade Independente de Padre Miguel é a pioneira, sempre nas mãos do Carnavalesco Renato Lage. Considerado um marco no quesito, formado pelo Conservatório de Dança de Teatro de Amsterdam e detentor de 05 estandartes de ouro, a nossa coluna de estréia será com ninguém mais, ninguém menos do que o coreógrafo Fábio de Mello..
Fabio começou a sua carreira, em 1992, através de um convite da carnavalesca Rosa Magalhães`, figurinista de um dos seus espetáculos e dali fez muitos trabalhos junto com a carnavalesca. Neste ano, a comissão de frente representou os navegadores e trajava fantasias detalhadas e cheias de brilho. No ano seguinte, aproveitando o enredo Marquês que é marquês do saçarico é freguês!", Fábio, mais uma vez com a parceria de Rosa Magalhães, monta a primeira das comissões de frente inesquecíveis. Se trata da nobreza, vestida com elegantes fantasias escuras, e uma apresentação de impacto como seria a característica da escola nos anos seguintes; a comissão formava um conjunto perfeito com o carro abre-alas.
Em 1994, A sensação do desfile foi a comissão de frente, representando dançarinos da corte francesa, que fazia movimentos com leques amarelos e verdes e até hoje lembrada como uma das melhores das décadas de 90 e 00. 1995, os leques deram lugar as sombrinhas nos mesmos tons que deram o glamour no ano anterior. E por falar em galour, 1996, fabio inovou denovo, ao trazer seus componentes saudando dona Leopoldina ao som de violinos. 1997, os violinos perderam espaço para o piano e seus guardioes. Euma pergunta não quis calar. “Piano me diz quem é a pioneira?” e ele disse. Chiquinha Gonzaga para provar ao mundo e aos admiradores que ela era a maxixeira. comissão de frente apresentou idumentária belísssima, que trazia à tona teclados de piano à medida que os membros executavam a coreografia criativa e lírica.
1998 foi o primeiro grande desafio do nosso coreografo, pois assim como a escola, a comissão de frente veio sem nenhuma pluma e Fabio tinah a missao de dar requinte e ares futuristas a esses seres alados e não decepcionou. A mistura de homens e foguetes emplacou arrancando do publico muitos aplausos de quem assistia de camarote.
Para alegria dos torcedores de Ramos, no tempo que ficou na escola, Fabio foi comissão de frente nota 10 nos anos de 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2005. No ano de 2003, a escola perdeu 0.5 ponto do segundo jurado, já em 2004, perdeu 0.1 ponto no terceiro módulo, em 2007, o que podemos chamar de catástrofe aconteceu. A escola que vinha sempre bem e até aquele ano, desde 1992 só tinha perdido 0.6 pontos, não tirou nenhum 10.0 e a sua perda se igualou a 2003 quando perdeu 0.5 no quesito. A ausência de notas 10.0 pode ter sido um fator da mudança de ares para Fábio que depois de cinco estandartes de ouro, troca a verde e branco de Ramos, pela verde e branco de Padre Miguel.
Na sua chegada a Mocidade, mais um estandarte de ouro, porem as notas foram as mesmas que o coreografo havia recebido no ano anterior. Os jurados, em suas sumulas alegaram falta de ousadia, sem momentos de grande impacto e ate mesmo indumentária rasgada como motivos para tirar pontos. 2009 foi um ano de jornada dupla para o nosso mago da coreografia. Belford Roxo se rendeu aos seus encantos, porem não obteve grandes sucessos ao ter as notas 9.6, 9.9 10.0 e 10.0. Na Mocidade a situação foi bem parecida. As notas foram 9.6, 9.7, 9.7 e 9.9 para tristeza dos fãs de Fábio de Melo que foi demitido, ficando sem escola em 2010.
Hoje, dois dos seus coreografados seguem carreiras distintas. Handerson Big, que ficou com Fabio ate 2007, já foi coreografo de escolas como Estácio e Unidos da Ponte e hoje coreografa carros da União da Ilha, depois de passagem por Rocinha, Grande Rio e Vila Isabel. Já Isnard Manso, que foi discípulo de Fabio de 1992 a 1996, é hoje diretor geral e criador do Centro Cultural Carioca, gerenciando diversos projetos nas áreas de dança, música e artes visuais.
Fábio, que esteve bem pertinho de ir para Nilópolis, estréia na Viradouro em 2011, que desfila no Grupo de Acesso A com o enredo ‘Quem sou eu sem você?’. Ele promete, em uma entrevista a um jornal carioca, que vai acabar com o tabu da ‘simetria’ da comissão e dezenove anos depois vai arrebatar jurados e público com coreografias elaboradas e impactantes, assim como fez desde o seu primeiro ano de avenida. Vamos esperar sempre desejando a esse Mago das coreografias, uma boa sorte.